6/2/2017 15:29

O gol que salvou a segunda-feira (pelo menos a dele)

O gol que salvou a segunda-feira (pelo menos a dele)
Na sexta, ele só queria sair o mais rápido do trabalho para transferir todos os problemas para a segunda. Estava exausto de ter que atingir metas, ser cobrado, entra cedo, sair tarde e acúmulo de tarefas.

Também percebeu que, depois de muito tempo, teria que fazer mágica pagar todas as contas do mês. Para piorar, sua esposa, que sempre colaborou nas contas de casa, não tinha previsão de ganhos em um futuro próximo.

Chegar em casa era tudo o que queria durante, enquanto pegava todos os 18 semáforos, sempre fechados que existem entre o trabalho e sua casa. Finalmente em casa, não teve nem tempo de dizer “boa noite” e descobriu que o filho passava mal. O pronto-socorro seria o “programa” de sexta. Soro, remédio contra febre, tudo resolvido, depois de 4 horas. Agora era só voltar para a casa, comer e dormir.

Pensava que sábado seria o dia de um respiro. Ledo engano. Teria que seguir um roteiro pré-determinado de tarefas, que incluía compra e troca de livros escolares, mandar o ferro de passar consertar, comprar lâmpadas, arrumar o chuveiro, configurar a internet, passar no supermercado... Também já tinha ido o sábado. As preocupações o deixavam irritado e qualquer papo em casa terminava em discussões. A noite só restou a solidão do sofá e intermináveis trocas de canais no controle remoto.

Veio o domingo e nada mudou. Ele precisava de ar e uma simples discussão o fez sair de casa e caminhar. Como não queria falar com ninguém, só restava o futebol, seu amigo de sempre. Por isso, iria ao jogo e nem pensou que o dinheiro gasto no ingresso faria falta no orçamento apertado, pois o único lugar que gostaria de estar era em um estádio.

No jogo aproveitou para exorcizar todos fantasmas o que o assombravam. Ao treinador disparou todas as suas frustações com seus chefes; aos jogadores ele dizia coisa que sempre teve vontade de dizer aos seus subordinados, mas que não falava, pois precisava continuar com sua fama de equilibrado e conciliador; já com o árbitro descarregou tudo que queria dizer para as atendentes de telemarketing que não ajudavam em negociações. As críticas ao clube, ele engolia, assim como fazia com sua esposa e filho, tinha medo de se arrepender de algo que diria.

A cada lance da partida difícil lembrava dos momentos complicados passava. Era muito fácil fazer analogias. Então surgiu o gol. Para ele não interessava se era da vitória, ou o do empate. Ele precisava de algo que o fizesse ter esperança que tudo poderia mudar. Foi isso que aquele gol fez. Depois de vários saltos e urros, ele saiu de campo aliviado, pronto para encarar tudo o que tinha deixado em aberto. Se sentia outro e mais forte, tudo porque a bola balançou a rede. Até voltou a sorrir e pensou: “que venha a segunda-feira”.

Que um gol nos últimos dias o tenha deixado melhor. Se não foi na última semana, ele vai surjir na próxima partida. Pobres daqueles que acham que o futebol é uma bobeira. Mal sabem eles o efeito que um simples gol pode causar. Os 90 minutos não resolvem todos os problemas e frustações do cotidiano, mas ajudam muito.


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