Muitas vezes contestado por torcedores do Corinthians por não ser um jogador vibrante, Guilherme se contagiou com o estilo intenso do seu novo comandante, Oswaldo de Oliveira. O técnico foi capaz até de resgatar uma antiga ambição do atleta, alimentada quando ambos estavam no Cruzeiro.

“No primeiro papo, já ficou bem clara a empolgação dele, a alegria por retornar ao clube. De certa forma, o Oswaldo nos faz entender a grandeza do Corinthians, o que é vestir essa camisa. É claro que temos essa noção, mas agora vem dele, experiente, com grandes títulos pelo clube. Para nós, que somos mais novos, é positivamente contagiante vê-lo voltar para cá com toda essa animação, depois de uma grande trajetória”, comentou Guilherme.

Lançado ao time profissional do Cruzeiro por Oswaldo de Oliveira, o meia começou a entender melhor o Corinthians naquele período. Em 22 de outubro de 2006, há quase uma década, Guilherme foi convocado pelo treinador para enfrentar o seu clube atual, no Pacaembu, e impressionou-se com o fanatismo dos 9.661 torcedores que pagaram ingresso naquela noite.

“Jogar no Corinthians é um sonho. Aquele foi o primeiro jogo em que me concentrei para viajar como profissional, com o Oswaldo, e perdemos (1 a 0, gol do meio-campista Renato). Ainda não tinha me despertado nada em relação ao Corinthians. Mas, quando olhei toda aquela loucura dos torcedores, a movimentação no estádio, senti algo diferente. Queria poder ter o prazer de jogar no Corinthians um dia”, comentou.

Guilherme realizou o desejo neste ano. Foi trazido do Antalyaspor, da Turquia, para ser o sucessor de Renato Augusto no meio-campo, porém se firmou como um centroavante nos dois últimos jogos, contra os frágeis Santa Cruz e América-MG. Superados os seus piores momentos no Corinthians, ele quer mais – graças também ao motivador Oswaldo.

“Não quero só chegar aqui, jogar um, dois anos e sair. Quero deixar um legado, conquistar um título importante. Todos podemos fazer mais pelo Corinthians, buscar algo grande. Foi um ano difícil, com muitos jogadores saindo, e, mesmo que não acabe como eu queria, poderei iniciar melhor o próximo. Quando estava lesionado, refleti muito sobre isso”, contou.

Entre as suas reflexões, Guilherme considerou que teve tempo para, em 2016, ambientar-se àquele time que começou a conhecer em 2006. “Talvez agora tenha me estabilizado com o clube, com a torcida, com a cidade, com tudo aquilo que gira ao redor do futebol. Posso deixar um legado mais positivo”, conscientizou-se o pupilo de Oswaldo de Oliveira.