Durante os 349 jogos de Tite pelo Corinthians -- o técnico completa 350 neste domingo (14) no clássico contra o São Paulo --, criou-se uma empatia, uma ligação e uma paixão muito fortes entre o técnico e a Fiel. O treinador gaúcho é hoje um dos maiores ídolos da torcida, com nome marcado e fincado na história do clube do Parque São Jorge. Existe até um grito característico nas arquibancadas: "Olé, olé, olé, olé... Tite, Tite". Canto que nasceu bem antes dos títulos conquistados e no meio de uma das maiores adversidades do Timão. Quem conta é Daniel Léon, torcedor que costuma acompanhar o time em todas as partes do mundo.

"Em 2004, o Tite tinha chegado no Corinthians, que estava muito mal, em 17º na tabela [do Campeonato Brasileiro]. A gente foi jogar contra o Vasco em São Januário. Mesmo com o Corinthians em 17º, a torcida, sempre muito fanática, foi em 10 ônibus para o Rio de Janeiro. Tivemos problemas na chegada que sempre existem. A gente entrou no segundo tempo. No fim do primeiro tempo, saiu o gol do Vasco. A gente entrou com o Corinthians perdendo. A Fiel virou o jogo. Empurramos os 45 minutos que a gente tinha para cantar. O Corinthians fez 1, 2, 3 gols. Ganhamos esse jogo, foi uma festa bem grande", relembrou León.

"Mas o mais especial de tudo foi, depois de duas horas que a gente estava preso em São Januário esperando a torcida do Vasco ir embora para poder voltar para São Paulo, tudo apagado, muito escuro, quando entraram duas pessoas. Uma delas era o Tite. Ele veio agradecer por tudo o que a gente estava fazendo, por a gente ter ido até lá. Ele sabe a dificuldade que é pra chegar até lá. Soube entender todo o esforço que a gente fez para apoiar o time naquele momento. Foi emocionante", disse o torcedor.

"Foi a primeira fez que a gente cantou 'Olé Olé Olé Olé... Tite, Tite'. A partir desse dia, passei a gostar muito dele. Ele se tornou realmente um ídolo pra mim porque conheci a pessoa que valorizou o que eu também valorizo, que é a torcida na arquibancada apoiando o time", concluiu Léon.