Para cada conquista no Corinthians, uma "caipora". Depois da última quinta-feira (19), esse drink ficou ainda maior. Mas depois de todo o trabalho em 2015, Tite mais do que merece esse copo. "Gosto de uma caipora, vou ficar dentro de uma caipora, vou ficar mamado e depois vou dormir", afirmou o técnico do Corinthians na saída do estádio São Januário após a conquista do sexto título brasileiro da história do clube do Parque São Jorge, que veio no empate por 1 a 1 com o Vasco no Rio de Janeiro.

Realmente seis é o número mágico desse título. Porque também é a sexta conquista da história mais do que vencedora de Tite no Corinthians. Já se vão 11 anos desde a chegada do gaúcho de Caxias do Sul ao Timão, em uma trajetória que teve algumas interrupções no meio do caminho.

Que Tite seria ídolo do Alvinegro, dava para perceber desde 2004. Não foi um ano com títulos, mas o treinador foi responsável por tirar a equipe daquele ano do buraco, na zona de rebaixamento, e deixar, ao menos, entre os cinco primeiros do Campeonato Brasileiro. Na última rodada, no Pacaembu, o comandante recebeu flores da Fiel e um pedido para ficar para o próximo ano.

Tite permaneceu em 2005, mas por pouco tempo. Saiu sem provar alguma glória no Parque São Jorge. E aquilo ficou marcado na mente, como uma pendência, uma dívida com aquela torcida que o recebeu tão bem.

O gaúcho se apaixonou pelo Corinthians e só queria mais uma chance para retribuir o carinho. A oportunidade apareceu no fim de 2010. O Timão disputava o título do Brasileirão, e Tite chegou para a reta final. Naquela ocasião, a taça não veio.

Já 2011 é um ano que pode ser comparado a 2015. Um início com turbulências, desconfianças. Mas Tite soube lidar com problemas para montar um time campeão brasileiro, no ano em que todos conheceram uma nova forma de trabalhar: a "Titebilidade", de ser sempre leal e competitivo.

O técnico era, enfim, campeão pelo Timão. Mas a história não parava por aí. Em 2012, Tite virou de vez um ídolo histórico do Corinthians. Responsável pela conquista da tão sonhada Libertadores, de forma invicta, e pelo bi do Mundial de Clubes da FIFA, derrubando o Chelsea (ING) em um jogo inesquecível.

Aí vieram o Paulistão e a Recopa Sul-Americana em 2013. No fim desta temporada, Tite deu um até logo ao Timão, para voltar em 2015 e retomar essa história de glórias no clube do Parque São Jorge. Essa galeria agora tem o hexacampeonato brasileiro.

Mas o técnico não é ídolo só por causa das conquistas. É por causa da "caipora" e o jeito de falar. Da simplicidade com que trata qualquer pessoa. Pela fé. Pela competência. Por acreditar que trabalho sempre é o melhor caminho para as vitórias. Pela Titebilidade. Pelo carisma. E por saber o que é o Corinthians. Tite tem a cara do Sport Club Corinthians Paulista.

Agora vai lá, Tite. Se joga nessa "caipora" porque você merece.