Tite é, provavelmente, o maior ídolo do torcedor no atual Corinthians. Mas é necessário lembrar que Tite é, também, humano. E por isso tem sentimentos semelhantes ao dos alvinegros às vésperas do jogo contra o Vasco, nesta quinta-feira, às 22h (horário de Brasília), em São Januário. Os dez dias de preparação exclusiva para o duelo que pode dar ao clube seu sexto troféu do Campeonato Brasileiro foram duros.
O técnico tem tanta ansiedade pelo título quanto o torcedor comum. Por isso, teve de achar maneiras de driblar o nervosismo antes da partida decisiva.

Duas práticas foram adotadas: a maior frequência de exercícios a leitura de um livro que ganhou do técnico italiano Carlo Ancelotti, com quem teve convívio mais próximo quando visitou o Real Madrid em 2014, ano em que se afastou do trabalho à beira do campo para estudar e ampliar seu conhecimento tático e técnico.

Ancelotti escreveu o livro "Minha Árvore de Natal" em 2013. Nele, conta sua trajetória nos maiores clubes do futebol europeu – casos de Milan, Chelsea e PSG, por exemplo. Tite se apegou à publicação para tentar relaxar um pouco.

– É um livro bom porque fico viajando, absorvendo. Tudo é útil nessa hora – destacou o técnico.

– Esses dez dias foram brabos, estou lendo o livro do Ancelotti e comendo ele direto para passar o tempo. A ansiedade consome, é natural, é humano. Temos de ter cuidado para fazer um bom trabalho, mas realmente a ansiedade absorve o máximo – completou.

Quando não esteve concentrado na leitura, Tite se dedicou ao bate-bola dos funcionários do CT Joaquim Grava. O técnico participou das últimas atividades e conseguiu descontrair o ambiente. A academia também tem sido uma parceira no período sem jogos.

– A atividade física me deixa desgastado, mas libera algum tipo de hormônio que te relaxa e dá condições de descansar melhor. Além disso tem a leitura, ficar perto da minha família, estar em contato com eles, isso tudo me deixa em paz.

O relaxamento, mesmo, só virá após o jogo contra o Vasco – isso se o Corinthians conseguir confirmar o título nacional. Até lá, a concentração é total. E não há caipirinha que tire seu foco.

– A caipira vem depois, depois do jogo conto o que vou fazer. Tem uma história com a caipira, mas me peçam para contar depois – brincou Tite, sem esconder, mais uma vez, a ansiedade.