Love, Felipe e Edílson (Foto: arte)

Ser parte do elenco de um grande clube é o sonho de todo jogador, mas desfrutar dessa posição não é fácil afinal como diz o ditado: camisa de time grande pesa. Lances simples se tornam difíceis e na paixão da arquibancada basta um erro para o apoio virar cobrança. Assim foi a temporada 2015 para os corintianos Felipe, Edílson e Vagner Love que hoje vivem a ansiedade pela proximidade do título do Brasileirão, mas se há alguns meses sofriam com as críticas da Fiel os números do trio nos dois turnos do campeonato brasileiro mostram a evolução deles.

Por ser o mais conhecido, Vagner Love foi também o mais cobrado, especialmente no campeonato brasileiro em que perdeu gols, virou reserva e em alguns jogos sequer entrou em campo. Love subiu de produção e participou de todos os 15 jogos do clube no returno e marcou oito dos seus 12 gols neste período.

- No Corinthians é tudo três, quatro vezes mais. Chateado a gente fica, até é uma coisa normal assim. Só que com a experiência que eu tenho e pelo que eu já passei dentro do futebol, eu não deixava me abater pelas vaias. Quem vai mudar esse cenário sou eu. Eu sempre acreditei em mim, sempre trabalhei para que as coisas acontecessem. Eu falei: gente, não é possível que no Corinthians vai ser diferente - lembra Vagner.

Edílson também viveu dias difíceis. No primeiro semestre, nunca ameaçou a vaga de Fágner entre os titulares. No Brasileiro, começou a ser perseguido pela torcida e na derrota para o Internacional no Beira-Rio foi improvisado na lateral esquerda. Tomou um drible desconcertante de Paulão naquela que foi sua pior noite no futebol e viu seu futuro no clube ser colocado em xeque por muita gente, menos por Tite.

- Não dormi a noite depois daquele jogo. Comentei com o Edu que o sentimento era de vergonha. Não esperava aquilo do Paulão, né? Que é meu amigo. Mas fiquei muito chateado porque foi um erro meu, uma desatenção e acabou ocasionando o gol da vitória. O Tite me cobrou, falou que em dois ou três jogos eu estava meio desatento. Meu poder de concentração não estava legal e que eu fui contratado com o aval dele e que confiava muito em mim, no meu futebol. Do mesmo jeito que o Tite cobrou, ele me deu moral ali. Ele falou que acreditava em mim - Edílson .

Edílson também já superou seu número de jogos do primeiro turno. Ele aproveitou a lesão de Fágner e foi titular nas últimas seis partidas. Na rodada passada, por exemplo, participou dos dois gols da vitória sobre o Coritiba. Primeiro, sofreu pênalti. Depois, fez o cruzamento para o gol de Lucca. Mas sua grande lição do ano não foi lá na frente já que com o professor Tite aprendeu algo muito importante para um lateral.

- Ele colocou, não só na minha cabeça, mas na cabeça quase de todo mundo, essa importância na marcação. A gente aprendeu a gostar de marcar e todo mundo gosta de atacar. A gente começou a aprender a gostar de marcar – explica o lateral.

Dos três, Felipe é o mais antigo no clube. Chegou em 2013, mas só neste ano abriu a temporada como titular da defesa. Começou bem, fez gols importantes, mas caiu de rendimento e perdeu a posição para Edu Dracena.

- Eu estava desacreditado no começo do campeonato, mas o Tite veio dando força para a gente - conta Felipe.

No primeiro turno, Felipe disputou dez dos 19 jogos do Corinthians. Já no segundo, mesmo ainda faltando quatro rodadas para terminar o campeonato, ele já jogou 13 vezes. Felipe, Edílson e Vagner Love tem nomes, posições e estilos diferentes mas para Tite, eles têm algo em comum.

- Uma grande virtude que eu falo dos inteligentes: é saber ouvir. É muito difícil pro ser humano saber ouvir. A gente fica ouvindo o outro, mas já pré-estabelecendo aquilo que a gente quer fazer. Tá errado nisso, tu precisa retomar nisso, vou dizer na tua frente: antes tu tava bem por causa disso e agora tu tá errado por causa disso. Soube, trouxe para o treino, retomou o padrão normal – ensina Tite.

Padrão Corinthians, padrão do líder, padrão do único time que pode ser campeão na próxima rodada.