No duelo do primeiro turno, vitória do Corinthians por 1 a 0, gol de Malcom (Davi Ribeiro/Fotoarena)

O embate entre Atlético-MG e Corinthians, times de melhor campanha neste Brasileirão, deve ser determinante para o desenrolar da reta final da competição. A seis rodadas do término da disputa, o jogo de domingo à tarde (1° de novembro), no estádio Independência, pode encaminhar, se não matematicamente, mas moralmente, o título do Timão. Atualmente em oito pontos, a diferença pode alcançar os 11 em caso de vitória dos paulistas, mas diminuir para cinco se o triunfo for atleticano. Com o melhor ataque e a melhor defesa do torneio, o time de melhor campanha mostra, através das estatísticas, ser mais eficiente sem tanto esforço em relação ao Atlético-MG, uma equipe vista como muito criativa.

Se as atuações regulares dos comandados de Tite fazem do Corinthians o time de melhor campanha tanto dentro quanto fora de casa, com o maior saldo de gols do torneio (33) e média de 11 finalizações por jogo, mantendo uma sequência de seis jogos invicto – desde a derrota para o Internacional em meados de setembro -, o time treinado por Levir Culpi, que conservou grande parte da base campeã da Copa do Brasil em 2014, vem se mostrando um rival resistente na busca pelo título.

Diante da lógica calculista de Tite e da eficência do Corinthians, que se destaca pela solidez defensiva, transição rápida e agilidade na recuperação de bola, o Atlético-MG se mostra superior na maior parte das estatísticas, como na média de dribles certos por jogo, finalizações e passes. Ao passo que o Alvinegro perde mais bolas por jogo (50 contra 45), também recupera com maior facilidade a posse, tendo uma média de desarmes maior. Frente aos números, fica claro que o Corinthians se “esforça” menos que o Galo ao longo dos jogos, mas aproveita melhor as chances criadas.

O cruzamento de dados estatísticos, a partir do levantamento da Footstats, já indica o equilíbrio do confronto em Belo Horizonte (MG), que se torna ainda mais nivelado a partir de uma comparação entre os principais jogadores das equipes. No Galo, a espinha dorsal do time é formada, além de Victor no gol, pelos laterais Marcos Rocha e Douglas Santos, que tem função importante nas jogadas de ataque, e conta com uma zaga experiente, formada por Leonardo Silva e ora Edcarlos ora Jemerson.

No meio-campo, os volantes Leandro Donizete e Rafael Carioca – além de Josué, que vez ou outra aparece como opção -, fazem o trabalho de contenção para dar liberdade a Giovanni Augusto, Luan e Thiago Ribeiro, trio que se ocupa da criação das jogadas para abastecer o argentino Lucas Pratto, contratado para a vaga de Diego Tardelli. No Corinthians, Cássio forma a base da pirâmide que termina em Vagner Love, atacante que parece finalmente ter sido aceito pela Fiel após um começo instável que não fazia jus às lembranças de Guerrero.

Com o setor defensivo bem armado por Tite, o meio-campo do Corinthians dita o ritmo de jogo. Com apenas um volante de contenção, e um sistema de marcação subdividido pelas zonas do gramado, Elias, Jadson e Renato Augusto se dividem entre a recomposição no campo de defesa e o toque de bola no ataque. Na linha de frente, Vagner Love atua na conclusão das jogadas, mas também abre espaço para os companheiros ao atrair a marcação, como Malcom, que sempre chama a atenção de um adversário ao disparar pelas pontas do gramado.